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Será que você tem GAMOFOBIA?

  • Foto do escritor: Fê Pier
    Fê Pier
  • 24 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Esses dias estava refletindo sobre como o mundo parece estar, hoje, indisponível emocionalmente. Não sei se Bauman previu o futuro, ou se fomos nós que seguimos o que ele propôs, mas me parece que existe uma verdadeira cultura da indisponibilidade emocional. Caso você esteja solteiro ou solteira, você já entendeu sobre o que eu estou falando.


A nossa incapacidade de lidar com as nossas emoções está estragando as experiências legais que poderíamos partilhar com alguém.


Sabe quando você conhece alguém legal e vocês tem uma afinidade incrível? Quando vocês conversam sobre tudo e se sentem ouvidos e acolhidos em cada detalhe da sua história? Sabe quando você vai conhecendo melhor uma pessoa e percebendo o quanto a sua vida fica melhor com ela por perto?


E aí, tudo tá indo bem, tudo incrível, quando, de repente, você freia seus sentimentos. Seja pelos seus traumas, pelo que te aconteceu, por medo de se envolver de novo, de se mostrar vulnerável e se permitir mergulhar nessa relação, você para. Antes que dê ruim (e antes de dar bom também).


Antes que os seus maiores medos de rejeição e abandono se tornem realidade mais uma vez, você mesmo sabota a sua relação, afinal, assim ninguém vai poder te magoar. E isso gera um ciclo interminável de relacionamentos que não deram certo, seja porque você sabotou eles antes ou porque você atraiu pessoas que iam continuar perpetuando esse padrão (percebeu aqui a aula de autorresponsabilidade aplicada?).


O problema é que eu vejo isso acontecer de forma sistêmica e até endêmica, como uma doença a qual eu apelidei de “compromissofobia”. E enquanto escrevia esse texto fui pesquisar e descobri que o nome já existe, é gamofobia.


Essa fobia de se envolver e se permitir ser vulnerável prejudica, principalmente, aquele que a leva na sua malinha de mão do coração (Liniker, te amo!).


E eu não tô aqui pra te falar que você não pode continuar assim. Você pode, sim, viver sem se envolver com ninguém, tendo relações rasas com pessoas incríveis (e provavelmente magoando elas), passando de um contatinho pro outro e se sabotando toda vez que a coisa fica mais legal e profunda. Afinal, você não “tem que” nada.


Mas eu te pergunto, será que vale a pena?


Será que no fundo o que nós queremos não é alguém foda pra gente compartilhar a vida? Alguém que vai ficar feliz com as nossas pequenas conquistas diárias, que vai rir das nossas piadas sem graça, que vai lembrar de nós no caminho do trabalho e sorrir e que vai te chamar de “doide” quando você quiser adotar 3 goldens retrievers de uma vez, mas depois vai dormir de conchinha quíntupla com eles e você?


Eu não sei vocês, mas eu quero tudo isso aí. E se você quiser também e não souber como romper esse ciclo de autossabotagem, eu sugiro investir em autoconhecimento e, principalmente, em terapia.


Conhecer seus traumas, fazer as pazes com a sua história, entender e acolher suas sombras são alguns passos importantes pra gente mudar a rota desse barquinho, tampar os furos e começar a escolher a nossa nova trajetória daqui pra frente.

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1 comentário


Isabela Guimarães
Isabela Guimarães
25 de mai. de 2021

Bateu no fundo da alma!

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