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  • Foto do escritorFê Pier

Amor pra Transbordar

Atualizado: 7 de mar. de 2022

Fala-se muito em encontrar um amor na sua vida que complete você, que preencha os espaços vazios que sua alma trouxe e assim vocês estarão simbioticamente ligados um ao outro para sempre. O problema é que isso não é verdade e faz com que as pessoas tanto busquem como se mantenham em relações que não fazem mais sentido por acreditarem nesse encaixe perfeito e único.


Além disso, a forma como aprendemos a amar cria ideias errôneas sobre o amor e os relacionamentos, colocando sempre no outro a responsabilidade de nos fazer felizes e realizados. Melhor seria se nos tivessem ensinado a amar de forma verdadeira, madura, livre e responsável.


Já estamos conscientes o suficiente para entender que as nossas atitudes, curas e vontades não são de responsabilidade de ninguém além de nós mesmos. Todos chegamos nesse plano com vazios existenciais, feridas em nossa alma (aconselho ver onde está Quíron no seu mapa natal para entender melhor as suas), e, ao longo da vida, conseguimos nos curar de algumas delas e também acabamos fazendo novas feridas.


É natural da alma, e é por isso que estamos aqui, reencarnando muitas e muitas vezes neste plano para aprender e evoluir. E a autorresponsabilidade é consequência intrínseca da liberdade, ou seja, não dá pra ser livre sem nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas.


O amor, portanto, que aprendemos a viver não é livre, mas sim pesado. Colocando no outro o fardo de ser o equivalente oposto para completar nossos vazios, esse outro deixa de ser o que é em essência. Despe-se de si mesmo para virar parte de outro. Percebem a violência disso?


O mito da alma gêmea vem de uma história da Grécia Antiga que dizia que existiam 3 “sexos”: o homem, a mulher e o andrógino, que era a junção dos dois. O andrógino tinha tudo em dobro, 4 braços, 4 pernas, dois rostos. Eram seres muito poderosos, filhos do sol e da lua.


Quando tomaram consciência de seu poder e tentaram se igualar aos deuses, Zeus não permitiu e os castigou, dividindo-os ao meio. Tornaram-se, então, duas metades, parecidas com os homens e mulheres, porém para sempre incompletas e em busca de sua outra parte para se sentirem inteiras.


Essa é a história que deu origem a nossa forma de amar e se relacionar. Esse conto mitológico passado por centenas gerações e milhares de anos criou a ideia social do que é o amor nos dias de hoje. E talvez não exista algo tão distante do verdadeiro amor genuíno quanto esse amor que prende, que exige e que reprime o outro de sua própria essência.


Nós não somos metades. Somos plenos, completos, universos inteiros pulsando vida e amor incondicional. Somos curandeiros. Nossas feridas emocionais serão curadas por nós mesmos, ao longo das vidas que passamos por aqui.


Somos livres e responsáveis por tudo que vivemos e aprendemos. Somos íntegros e complexos. E pra quem já está consciente de ser assim, amor não chega pra completar porque não se é incompleto por natureza. Amor vem pra transbordar.



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