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Ô, ô, ô, feelings...

  • Foto do escritor: Fê Pier
    Fê Pier
  • 3 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Lembra quando a gente era adolescente e sofria horrores porque o nosso crush platônico começava a namorar outra menina? Ou quando a nossa melhor amiga decidia lanchar com outra pessoa no recreio? Tudo era motivo de uma reação enérgica, fosse o choro, o grito ou a raiva, tudo era intenso demais pra guardarmos dentro de nós.

Sabe aquela velha história de que “adolescente é muito dramático, muito intenso, sofre e sente demais por tudo”? Bem desse jeito pejorativo mesmo, que costumam dizer. Pois é, ultimamente tenho refletido se esse jeito adolescente não é o jeito “certo”, ou pelo menos o mais próximo da nossa essência, da nossa verdade, da nossa alma. E que na verdade deixamos de ser assim justamente por isso não ser visto com bons olhos pelos “adultos”.

Conforme vamos amadurecendo, crescendo, e nos tornando os adultos que a sociedade espera que sejamos, vamos perdendo aos poucos essa nossa capacidade de sermos genuínos com o que sentimos.

Seja pela repressão social ao que é emocionalmente intenso, ou até pelas pedras que acabamos encontrando no caminho, a verdade é que acabamos nos tornando duros, rígidos, menos suscetíveis aos sentimentos. E isso é muito prejudicial pra nós.

Depois que perdemos a capacidade de sentir com intensidade, acabamos fazendo o caminho inverso e buscamos coisas que nos tragam por um breve momento essa sensação tão forte, como andar em uma montanha russa, por exemplo (um exemplo bem leve né haha). Mas sempre dentro de uma ilusão de controle, sabendo que aquela emoção não vai tomar conta de nós por muito tempo.

Ao invés de reprimir os sentimentos, guardar na gaveta e fingir que eles não existem, deveriam ter nos ensinado a usufruir deles com maturidade, responsabilidade e calma. Isso é inteligência emocional. Porque a partir do momento que reprimimos alguma coisa dentro de nós, qualquer coisa que seja, isso origina um processo chamado somatização. Somatizar significa que essa coisa que estamos escondendo e fingindo que não existe vai aparecer de outra forma em outro lugar dentro de nós.

Essa repressão pode vir como um sintoma ou uma doença, revestido de um outro sentimento, ou até disfarçado de uma plenitude pra mostrar aos outros uma superação que nunca aconteceu. De todo modo, se isso não for trabalhado, elaborado e transformado dentro de você através de um processo de cura, isso vai repercutir de alguma forma.


Algumas vezes, quando esses sentimentos reprimidos finalmente conseguem se libertar da prisão em que os colocamos, eles são potencializados ao máximo, afinal estão se acumulando há anos sem que a gente demonstre. E então podem aparecer sintomas de depressão, crises de ansiedade, ataques de pânico, ou até mesmo câncer, doenças crônicas e um monte de outros problemas. (Não é que essas doenças sejam causadas sempre pela repressão dos sentimentos, mas em algumas situações esse pode ser o seu estopim).


O que importa é que, tomando consciência desse acontecimento, a gente pare pra fazer essa auto reflexão.


Será que estamos sendo fiéis aos nossos sentimentos?


Será que estamos nos deixando sentir de verdade as experiências que temos? Ou estamos com a mente ocupada demais para sequer olhar pra nós mesmos com esse carinho?


Será que não estamos nos anestesiando com as “rotas de fuga tecnológicas” (celulares, jogos, tv, séries, etc) para fingir que não estamos sentindo o que estamos sentindo?


Fica então meu convite, que na verdade deve partir de você mesmo, pra se escutar, se conhecer e acolher o que você sente.


Se der vontade de chorar, chora. Se der vontade de gritar, grita (não com os outros claro). Se der vontade de não ver ninguém e ficar absolutamente sozinho em posição fetal, fica.


E isso vale não apenas para as emoções mais densas mas também para aquelas mais prazerosas. Se der vontade de chorar de alegria, chora. Se der vontade de falar para alguém que está morrendo de orgulho dela por uma coisa que pareça boba, fala. Se sentir saudade de alguém, mesmo que não possa mandar uma mensagem ou matar as saudades, deixe-se tomar pela saudade, sinta essa emoção e perceba que ela só existe no presente por causa de algum momento incrível que aconteceu no passado.


SINTA. TUDO. MUITO.


Eu te prometo que você não vai morrer por isso e com certeza depois esse assunto vai estar muito melhor resolvido pra você.


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